sexta-feira, 20 de novembro de 2009

REativado!

Hey, I'm back!
Bom, pessoas, estarei postando o link de uma matéria que está no blog Punkadaria, que fala de um relato feito pelo Greg Graffin, em que ele fala sobre uma carta que um certo fã endereçou a ele e entre um texto enorme fica explícito o caráter dele. Será que eu ainda posso me tornar mais fã dele ainda? rs
Mas sério, se tiver paciência, leia.
Segue aqui o link.

http://punkadaria.blogs.sapo.pt/239723.html

domingo, 8 de novembro de 2009

Desativado.

Não sei até quando, ;*

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

flores, espinhos e um pequeno príncipe.

No quinto dia, sempre graças ao carneiro, este segredo da vida do pequeno
príncipe foi de súbito revelado.
Perguntou-me, sem preâmbulo, como se fora o fruto de um problema muito tempo
meditado em silêncio:
- Um carneiro, se come arbusto, come também as flores?
Um carneiro come tudo que encontra.
Mesmo as flores que tenham espinho?
Sim. Mesmo as que têm.
Então. . . para que servem os espinhos?
Eu não sabia. Estava ocupadíssimo naquele instante, tentando desatarraxar do
motor um parafuso muito apertado. Minha pane começava a parecer demasiado grave, e
em breve já não teria água para beber. . .
-Para que servem os espinhos?
O principezinho jamais renunciava a uma pergunta, depois que a tivesse feito. Mas
eu estava irritado com o parafuso e respondi qualquer coisa:
- Espinho não serve para nada. São pura maldade das flores.
- Oh!
Mas após um silêncio, ele me disse com uma espécie de rancor:
- Não acredito! As flores são fracas. ingênuas. Defendem-se como podem. Elas se
julgam terríveis com os seus espinhos ...
Não respondi. Naquele instante eu pensava: "Se esse parafuso ainda resiste, vou
fazê-lo saltar a martelo". O principezinho perturbou-me de novo as reflexões:
- E tu pensas então que as flores ...
- Ora! Eu não penso nada. Eu respondi qualquer coisa. Eu só me ocupo com coisas
sérias
Ele olhou-me estupefato:
- Coisas sérias !
Via-me, martelo em punho, dedos sujos de graxa, curvado sobre um feio objeto.
- Tu falas como as pessoas grandes!
Senti um pouco de vergonha. Mas ele acrescentou, implacável:
- Tu confundes todas as coisas ...
Misturas tudo !
Estava realmente muito irritado. Sacudia ao vento cabelos de ouro:
- Eu conheço um planeta onde há um sujeito vermelho, quase roxo. Nunca cheirou
uma flor. Nunca olhou uma estrela.
Nunca amou ninguém. Nunca fez outra coisa senão somas. E o dia todo repete
como tu: "Eu sou um homem sério! Eu sou um homem sério!" e isso o faz inchar-se de
orgulho. Mas ele não é um homem; é um cogumelo!
- Um o quê?
- Um cogumelo!
O principezinho estava agora pálido de cólera.
- Há milhões e milhões de anos que as flores fabricam espinhos. Há milhões e
milhões de anos que os carneiros as comem, apesar de tudo. E não será sério procurar
compreender por que perdem tanto tempo fabricando espinhos inúteis? Não terá
importância a guerra dos carneiros e das flores? Não será mais importante que as contas
do tal sujeito? E se eu, por minha vez, conheço uma flor única no mundo, que só existe no
meu planeta, e que um belo dia um carneirinho pode liquidar num só golpe, sem avaliar o
que faz, - isto não tem importância?!
Corou um pouco, e continuou em seguida:
-- Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de
estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla. Ele pensa: "Minha flor está lá,
nalgum lugar. . . " Mas se o carneiro come a flor, é para ele, bruscamente, como se todas
as estrelas se apagassem! E isto não tem importância!


_
Eu realmente, realmente...Amo esse trecho!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Citando, Clarice.

[...] Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos.
Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se, com urgência, com encabulamento, surpreendidos.
No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos - lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam.
Mas ambos eram comprometidos.
Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada.
A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreendiam. Acompanhou-os com os olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina.
Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás
.[...]
______
Eu tinha que colocá-lo aqui! Sou simplesmente apaixonada por esse conto. Bom, esse conto se chama Tentação e é de Clarice Lispector. E eu, como fã devota de Clarice, tive que colocá-lo aqui. Você pode encontrá-lo na íntegra da internet, ou faça como eu e compre o livro Felicidade Clandestina, afinal, ler é bem melhor e leva em conta por que tem vários outros contos,- ótimos!-, da autora.
;*